Quem me conhece sabe que eu tenho uma certa paixão por Álvares de Azevedo, amo todos os seus escritos e sua triste história. Álvares nasceu em São Paulo em 1831, e fez parte da 2ª geração do romantismo, ultra-romântica, também conhecida como byroniana (por serem leitores ávidos do poeta inglês Lord Byron). Cursou direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, não concluiu o curso, pois foi acometido de uma tuberculose pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo no dia 25 de abril de 1852, aos 20 anos, deixando um vasto legado de poesias, contos e até mesmo ensaios de direito.
Em 1855, é publicado então Noite na Taverna, um livro que contém sete contos interligados entre si.
Cinco amigos (Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudios Hermann e Johann) se reúnem em uma taverna para beber e conversar, em uma cidade qualquer, cada um conta sua história aos demais, histórias ultra-românticas.
Álvares se mostra não somente um ultra-romântico nesta obra como também um crítico ao próprio ultra-romantismo, o livro repleto de amor, morte, mulheres, fantasmas, aventureiros, sem contar com necrofilia e antropofagia, nos mostrando os extremos que os ultra-românticos viviam - Hermann, chegou a sequestrar a mulher amada e tentar obrigá-la a amá-lo.
Um universo rico, cheio de um amor extremado e uma carga emocional forte, no último conto ele reúne toda sua genialidade como autor e conta um desfecho imprevísivel para a história.
Noite na Taverna é um livro com um texto bem trabalhado e cheio de emoções. Álvares de Azevedo mostrou que não apenas sabia escrever poesias como também sabia passear por outros estilos literários, vale a pena ser lido.
3 comentários:
Oi, Ábia.
Você diz que em Noite na Taverna o Álvares de Azevedo "se mostra não somente um ultra-romântico [...] como também um crítico ao próprio ultra-romantismo". Em que se manifesta a sua crítica ao ultrarromantismo, uma vez que em NnT ele manifesta o polo mais extremo da famosa binomia, de que fala no segundo prefácio à Lira dos Vinte Anos, ou seja, a obra é das mais byronianas de sua produção?
Um abraço,
Francisco R.S. Innocêncio
Álvares,mostra o ultra-romantismo de maneira eextremada, mas não como uma boa maneira de viver, no conto de Hermann ele diz: "Pois bem! quereis uma história? Eu puderia contá-las como vós, loucuras de noites de orgia - mas para quê?" eu vejo um teor de crítica em vários momentos da obra, porém não podemos negar que seja uma obra ultra-romântica, pois Álvares, não foi considerado o Byron brasileiro à toa...
bjinhus
o ultrarromantismo é a parte do romantismo que eu mais gosto, não conheço muito. Começar a ler pelos autores nacionais pode ser uma boa,né? Boa dia a sua.E obg pela visita no meu blog. volte sempre que quiser
www.teoria-do-playmobil.blogspot.com
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