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19 de março de 2011

Eterno Retorno, por Medulla



Sei lá,

quando ama tem
Quando fica sem,
não sabe direito como respirar

E as coisas que agora vem, ainda trazem,

um pouco de chuva, um gosto de chuva

A coragem que o guarda tem,

quando prende alguém
não serve pra nada

Quando o amor chamar

e o desespero que com a vida vem
O amor vai além, o amor vai muito mais além

Se os dias fossem como girassóis

e nada nos fizesse esquecer
e o mundo nos deixasse por um instante a sós
e o tempo parasse só nesse instante

Se é mesmo a vida quem desata os nós

e o medo dela não nos deixa entender

O universo inteiro numa casca de noz

Impõe a lei do eterno retorno
Mas, vem feito coice,
Cabou-se o que era doce
O vento sempre leva o que trouxe,
mais dia menos dia, alivia.
E eu já nem sinto mais o cheiro dela

Mas, vem feito coice,

Cabou-se o que era doce
O vento sempre leva o que trouxe,
mais dia menos dia, alivia.
E eu já nem sinto mais o cheiro dela

Noite...
Sei lá,

quando ama tem
Quando fica sem.
Se é mesmo a vida quem desata os nós
(e o medo dela não nos deixa entender)

O universo inteiro numa casca de noz

Impõe a lei do eterno retorno
Mas, vem feito coice,
Cabou-se o que era doce
O vento sempre leva o que trouxe,
mais dia menos dia, alivia.
E eu já nem sinto mais o cheiro dela

Mas, vem feito coice,

Cabou-se o que era doce
O vento sempre leva o que trouxe,
mais dia menos dia, alivia.
E eu já nem sinto mais o cheiro dela

Noite...


“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"

O Eterno Retorno - Gaia Ciência - Nietzsche

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