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18 de julho de 2010

Estrada, por Ábia Costa


Sentada à beira da estrada via todos passarem
Mas ninguém me via
Eu os observava, calada.
Cada detalhe não me passava despercebido.
Via crianças sorrindo
Mulheres acalentando
Homens chorando
Lágrimas que lavavam o caminho
Em cada instante eu pensava:
“Existe felicidade na ignorância”
Não saber que eu estava ali
Era reconfortante para eles
E para mim
Não saber aonde o caminho dava
Era uma dádiva
Deixar apenas transcorrer
Como as águas de uma corrente
Que não se sabe quando encontrará a cachoeira
A natureza é bela
O ser humano é belo
A vida? Nem tanto
Mas, continuo a contemplá-los.
E eles continuam em seu caminho.
Ábia Costa

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